Neste dia a Batalha da França entrava no seu nono dia.
Na seção norte da Frente, forças alemãs conquistavam Antuérpia, na Bélgica, e o governo alemão re-incorporava territórios que a Alemanha tinha cedido à Bélgica pelo Tratado de Versalhes (acordo firmado após o fim da Primeira Guerra Mundial).
Neste dia a 7ª Divisão Panzer de Erwin Rommel e a 1ª, 2ª e 10ª Divisões Panzer de Heinz Guderian faziam uma pausa para reabastecer e aguardar pela chegada da infantaria.
Nos últimos 5 dias Rommel tinha avançado mais de 170 km pelo interior da França e feito mais de 10.000 prisioneiros franceses à custa de apenas 36 blindados, mas o contra-ataque do Coronel Charles de Gaulle no dia anterior (evento destacado ontem aqui na página) alertou os líderes militares alemães para a necessidade de reforçar o flanco sul das suas divisões panzers.
Neste dia a cidade de Amiens, à menos de 100 km do Canal da Mancha, caía nas mãos de Guderian.
O “golpe de foice” alemão estava prestes a ser desferido contra as tropas aliadas.
Neste dia a Batalha da França entrava no seu sétimo dia.
Na Bélgica, os ataques do Grupo de Exércitos B do Marechal Fedor von Bock aproximavam-se rapidamente da sua capital, levando a que os belgas evacuassem Bruxelas e fugissem para a cidade de Ostend.
Um pouco mais ao sul, formações blindadas do Grupo de Exércitos A do Marechal Gerd von Rundstedt quebravam as linhas francesas em diversos pontos, capturando milhares de soldados franceses que rendiam-se em massa face ao imparável avanço alemão.
As 3 Divisões Panzer de Heinz Guderian chegavam à cidade francesa de Montcornet e a 7ª Divisão Panzer de Rommel, a famosa “Divisão Fantasma”, chegava a Avesnes-sur-Helpe.
O Alto Comando Alemão, assustado com o rápido avanço das suas divisões blindadas, emitia ordens urgentes para que parassem e aguardassem pela chegada da infantaria. Temiam que os seus flancos, perigosamente expostos, pudessem ser atacados pelos franceses.
As ordens eram geralmente ignoradas e o avanço prosseguia à toda velocidade.
Neste dia o Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill, encontrava-se com o Primeiro Ministro francês, Paul Reynaud. Na conversa que se seguiu Churchill perguntou quantas forças de reserva a França ainda dispunha, ao que o seu homólogo francês respondeu:
“Aucune” (“Nenhuma”).
O plano alemão de atrair as forças aliadas para o interior da Bélgica, através do uso do seu Grupo de Exércitos B, e desferir um golpe de foice pelo sul através do avanço rápido das formações blindadas do Grupo de Exércitos A, estava correndo exatamente como o planejado.
Neste dia a Batalha da França entrava no seu sexto dia.
Após a destruição da cidade de Rotterdam no dia anterior (evento destacado ontem aqui na página) e com uma nova ameaça a pairar sobre Utrecht, a Holanda assinava hoje às 10h15 da manhã os termos da rendição incondicional aos alemães.
Em Gembloux, na região central da Bélgica, terminava neste dia a Batalha de Gembloux. Uma grande força blindada alemã, sob o comando do General Erich Hoepner, tinha por objetivo atacar o centro da principal linha defensiva aliada.
No total o General Hoepner contava com 2 divisões panzer, a 3ª e a 4ª. A 3ª Divisão Panzer era formada por cerca de 340 blindados, a sua maioria tanques leves, sendo que apenas 42 eram tanques médios, 16 eram Panzers III e 26 eram Panzers IV. Na 4ª Divisão Panzer havia cerca de 330 blindados, mas apenas 20 eram Panzers III e apenas 24 eram Panzers IV. A grande vantagem do General Hoepner era o apoio da Luftwaffe, sob a forma de 170 bombardeiros médios e mais de 500 caças.
O resultado foi um empate, com os alemães perdendo cerca de 250 blindados, ou o equivalente a quase uma divisão panzer inteira.
Neste dia a infantaria motorizada do General Guderian dispersava os reforços do recém formado 6º Exército Francês à oeste de Sedan, cortando o flanco sul do 9º Exército, o que levou toda esta formação a colapsar e a render-se em massa.
Neste dia as linhas de comunicação da 7ª Divisão Panzer, sob o comando do General Erwin Rommel, eram cortadas devido ao seu avanço excessivamente rápido. O alto comando alemão não sabia do seu paradeiro, o que levou a que a sua divisão panzer fosse apelidada de “a Divisão Fantasma”.
Ignorando as ordens de parar, Rommel continuou avançando em direção às linhas francesas, cruzando-as num único ponto em Avesnes-sur-Helpe e lançando-as no caos absoluto.
Neste dia o Primeiro Ministro francês, Paul Reynaud, consciente de que as forças aliadas tinham caído na armadilha alemã, telefonava ao Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill, e lhe dizia:
“Nós fomos derrotados. Estamos batidos! Perdemos a batalha.”
Nas palavras de Winston Churchill, ele estava completamente desconsolado.
Neste dia a Batalha da França entrava no seu terceiro dia.
À tarde forças blindadas alemãs, comandadas pelo General Hans Guderian (pertencente ao Grupo de Exércitos A), após ultrapassarem a “inexpugnável” floresta das Ardenas, finalmente entravam em território francês e alcançavam a Linha do Rio Meuse, na cidade de Sedan, um forte cinturão defensivo com 6 km de profundidade formado por mais de 103 bunkers construídos com concreto reforçado, minas anti-tanques e anti-pessoais, bem como um intrincado sistema de trincheiras.
Começava a Batalha de Sedan!
Essa região era defendida pelo 147º Regimento de Infantaria e pela 55ª Divisão de Infantaria, uma mera divisão de reserva de Grau “B”.
Ao fim deste dia as divisões de Guderian já tinham conquistado a margem norte do Rio Meuse e preparavam-se para atravessá-lo no dia seguinte.
Os franceses acreditavam que a travessia alemã do rio levaria 4 dias para ser completada, tempo suficiente para chegarem novos reforços, no entanto, engenheiros militares alemães começavam nesta mesma noite a construir pontes ao longo do rio e às primeiras horas da manhã do dia seguinte algumas unidades já tentavam a travessia.
Mais ao norte, o Grupo de Exércitos B do General von Bock continuava avançando pela Holanda e pela Bélgica com as suas 30 divisões de infantaria e ao sul o Grupo de Exércitos C do General Leeb avançava com as suas 17 divisões contra a Linha Maginot, mantendo-a ocupada e impedindo que as suas forças fossem enviadas para reforçar outras posições sob ataque alemão.
Neste dia, na Bélgica, decorria a primeira batalha de blindados da Segunda Guerra Mundial, quando a 3ª e a 4ª Divisões Panzer alemãs encontraram-se com 2 divisões blindadas francesas. Os alemães, equipados com Panzers I e II, foram aniquilados pelos franceses, equipados com blindados S35 e H35.
Na Holanda a 9ª Divisão Panzer chegava à cidade de Moerdijk, substituíndo os paraquedistas alemães que estavam defendendo a sua valiosa ponte desde o dia 10 de Maio.
Neste dia forças alemãs invadiam o Luxemburgo, a Bélgica e a Holanda, dando assim início à Batalha da França.
Na madrugada do dia 9 para o dia 10 forças alemãs entravam em Luxemburgo, um pequeno país encravado entre a Alemanha, a França e a Bélgica, levando a família real luxemburguesa a ser evacuada para o sul. Ao fim do dia o país já estava sob controle alemão e colunas Panzers aproximavam-se rapidamente da floresta das Ardenas.
Às primeiras horas da manhã unidades de Fallschirmjägers (paraquedistas) da 7ª Divisão Flieger e da 22ª Divisão Luftlande, sob o comando de Kurt Student, eram lançados sobre Hague, bloqueando a estrada para Roterdam, e também sobre a fortaleza belga de Eben-Emael, onde uma pequena força de 78 soldados aterrisaram com planadores mesmo por cima da fortaleza, apanhando os 700 defensores de surpresa e neutralizando-a em poucas horas.
Nos céus da Bélgica e da Holanda a Luftwaffe reinou soberana no primeiro dia da batalha. Graças a um reconhecimento aéreo fotográfico feito dias atrás, a Luftwaffe foi capaz de destruir no solo 83 dos 179 aviões militares belgas nas primeiras 24 horas. Na Holanda a superioridade numérica da Luftwaffe fez-se notar desde o início.
Ao fim do primeiro dia, forças blindadas alemãs tinham avançado quase 20 km no interior da Holanda, levando os líderes aliados a ativarem o Plano Dyle de defesa, que consistia na entrada de forças francesas e inglesas na Bélgica através do rio Dyle para formar uma linha defensiva o mais próximo possível da fronteira holandesa e alemã.
No primeiro dia da Batalha da França os líderes aliados, ao constatarem que o grosso das forças alemãs estava atacando pela Holanda e Bélgica, sentiram-se aliviados e otimistas pois confirmavam as suas suspeitas de que o ataque alemão de 1940 seria uma repetição do ataque alemão de 1914. Não podiam estar mais enganados!