20 de Maio de 1940

Neste dia a Batalha da França entrava no seu décimo primeiro dia.

Durante a manhã, uma unidade de reconhecimento da 2ª Divisão Panzer (uma das 3 divisões panzer sob o comando do General Heinz Guderian) alcançava Noyelles-sur-Mer, ao mesmo tempo que a 7º Divisão Panzer do General Erwin Rommel ficava retida no ataque à cidade de Arras.

E assim os alemães chegavam ao Canal da Mancha e fechavam o cerco às tropas aliadas combatendo no norte!

Em 11 dias Heinz Guderian e Erwin Rommel faziam aquilo que os alemães não conseguiram fazer em 4 anos durante a guerra anterior.

Graças à uma excelente coordenação de esforços entre a Wehrmacht e a Luftwaffe, os alemães conseguiram manter abertas as longas e relativamente frágeis linhas de comunicação e suprimentos das suas unidades Panzer.

Um exame mais aprofundado dos documentos da época indicam que as forças terrestres tinham que esperar entre 45-75 minutos pela chegada dos bombardeiros de mergulho Ju 87 Stukas e apenas 10 minutos pelos Henschel Hs 123.

Tal nível de integração e coordenação simplesmente não existia entre os aliados, o que explica em parte o sucesso da campanha alemã na França.

No dia 19 de Maio Maurice Gamelin tinha ordenado que no dia seguinte as tropas presas na Bélgica e no norte da França lutassem para escapar ao cerco, concentrando os combates em zonas mais frágeis no sul, mas nesse mesmo dia o Primeiro Ministro francês Paul Reynaud demitia Gamelin e o substituía por Maxime Weygand (evento destacado ontem aqui na página) que imediatamente cancelou a ordem.

Esta decisão provou ser fatal para as tropas aliadas presas no norte. Com as linhas alemãs tão esticadas no sul, um ataque concentrado de tropas francesas e inglesas provavelmente teria sucesso em quebrar o cerco e estabelecer uma ligação com as restantes forças francesas no sul.

Mais uma decisão errada na longa sucessão de erros que culminaria com a derrota humilhante dos aliados na França.

Coluna alemã de infantaria motorizada avançando pela França em Maio de 1940.
Coluna alemã de infantaria motorizada avançando pela França em Maio de 1940.
Soldados alemães cruzando o Rio Meuse em 14 de Maio de 1940.
Soldados alemães cruzando o Rio Meuse em 14 de Maio de 1940.
Divisão Panzer avançando pelo interior da França em Maio de 1940.
Divisão Panzer avançando pelo interior da França em Maio de 1940.
Mapa mostrando o avanço alemão na Bélgica e no norte da França, bem como a situação desesperada das forças aliadas cercadas.
Mapa mostrando o avanço alemão na Bélgica e no norte da França, bem como a situação desesperada das forças aliadas cercadas.
Maxime Weygand, que assumiu o posto de Comandante-em-Chefe das forças aliadas na França, substituíndo Maurice Gamelin.
Maxime Weygand, que assumiu o posto de Comandante-em-Chefe das forças aliadas na França, substituíndo Maurice Gamelin.

19 de Maio de 1940

Neste dia a Batalha da França entrava no seu décimo dia.

Após terem sido reabastecidas, as 3 divisões panzer de Heinz Guderian (1ª, 2ª e 10ª Divisões Panzer) receberam autorização para continuar o seu avanço em direção ao Canal de Mancha e nesta mesma manhã lançavam um ataque relâmpago contra as fracas 18ª e 23ª Divisões britânicas de Infantaria, no Rio Somme.

Este ataque permitiu aos alemães conquistarem Amiens e, mais importante ainda, uma valiosa ponte sobre o rio na cidade de Abbeville.

Com o sucesso deste ataque Guderian conseguia finalmente isolar as forças britânicas, francesas e belgas que lutavam no norte.

Os aliados estavam cercados!

Neste dia o Coronel Charles de Gaulle tentava um novo ataque contra o flanco sul das divisões de Guderian, no entanto, assim como aconteceu na sua primeira tentativa no dia 17, a Luftwaffe fez valer a sua superioridade aérea, destruíndo mais de 80 dos seus 155 veículos de combate.

Nesta tarde, o Primeiro Ministro francês Paul Reynaud destituía Gamelin do seu posto de comando e colocava em seu lugar Maxime Weygand que, ao contrário do que se poderia esperar, não tinha o menor senso de urgência, chegando mesmo a afirmar que o seu “primeiro ato como comandante-em-chefe aliado seria ter uma boa noite de sono”.

Refugiados franceses fugindo do avanço alemão em Maio de 1940.
Refugiados franceses fugindo do avanço alemão em Maio de 1940.
Prisioneiros de guerra franceses marchando para a retaguarda alemã.
Prisioneiros de guerra franceses marchando para a retaguarda alemã.
Mapa mostrando a situação do avanço alemão entre 16 de Maio e 21 de Maio de 1940.
Mapa mostrando a situação do avanço alemão entre 16 de Maio e 21 de Maio de 1940.

15 de Maio de 1940

Neste dia a Batalha da França entrava no seu sexto dia.

Após a destruição da cidade de Rotterdam no dia anterior (evento destacado ontem aqui na página) e com uma nova ameaça a pairar sobre Utrecht, a Holanda assinava hoje às 10h15 da manhã os termos da rendição incondicional aos alemães.

Em Gembloux, na região central da Bélgica, terminava neste dia a Batalha de Gembloux. Uma grande força blindada alemã, sob o comando do General Erich Hoepner, tinha por objetivo atacar o centro da principal linha defensiva aliada.

No total o General Hoepner contava com 2 divisões panzer, a 3ª e a 4ª. A 3ª Divisão Panzer era formada por cerca de 340 blindados, a sua maioria tanques leves, sendo que apenas 42 eram tanques médios, 16 eram Panzers III e 26 eram Panzers IV. Na 4ª Divisão Panzer havia cerca de 330 blindados, mas apenas 20 eram Panzers III e apenas 24 eram Panzers IV. A grande vantagem do General Hoepner era o apoio da Luftwaffe, sob a forma de 170 bombardeiros médios e mais de 500 caças.

O resultado foi um empate, com os alemães perdendo cerca de 250 blindados, ou o equivalente a quase uma divisão panzer inteira.

Neste dia a infantaria motorizada do General Guderian dispersava os reforços do recém formado 6º Exército Francês à oeste de Sedan, cortando o flanco sul do 9º Exército, o que levou toda esta formação a colapsar e a render-se em massa.

Neste dia as linhas de comunicação da 7ª Divisão Panzer, sob o comando do General Erwin Rommel, eram cortadas devido ao seu avanço excessivamente rápido. O alto comando alemão não sabia do seu paradeiro, o que levou a que a sua divisão panzer fosse apelidada de “a Divisão Fantasma”.

Ignorando as ordens de parar, Rommel continuou avançando em direção às linhas francesas, cruzando-as num único ponto em Avesnes-sur-Helpe e lançando-as no caos absoluto.

Neste dia o Primeiro Ministro francês, Paul Reynaud, consciente de que as forças aliadas tinham caído na armadilha alemã, telefonava ao Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill, e lhe dizia:

“Nós fomos derrotados. Estamos batidos! Perdemos a batalha.”

Nas palavras de Winston Churchill, ele estava completamente desconsolado.

Cavalaria alemã em missão de patrulha durante a Batalha da França.
Cavalaria alemã em missão de patrulha durante a Batalha da França.
Soldados alemães inspecionando tanques aliados destruídos durante a Batalha da França.
Soldados alemães inspecionando tanques aliados destruídos durante a Batalha da França.
Paul Reynaud, ao centro, desconsolado no dia 15 de Maio ao constatar que as forças aliadas tinham caído na armadilha alemã.
Paul Reynaud, ao centro, desconsolado no dia 15 de Maio ao constatar que as forças aliadas tinham caído na armadilha alemã.
Soldado holandês com uma bandeira branca aproximando-se das linhas alemãs para discutir os termos da rendição.
Soldado holandês com uma bandeira branca aproximando-se das linhas alemãs para discutir os termos da rendição.
General Erich Hoepner que liderou as forças alemãs na Batalha de Gembloux.
General Erich Hoepner que liderou as forças alemãs na Batalha de Gembloux.