15 de Maio de 1940

Neste dia a Batalha da França entrava no seu sexto dia.

Após a destruição da cidade de Rotterdam no dia anterior (evento destacado ontem aqui na página) e com uma nova ameaça a pairar sobre Utrecht, a Holanda assinava hoje às 10h15 da manhã os termos da rendição incondicional aos alemães.

Em Gembloux, na região central da Bélgica, terminava neste dia a Batalha de Gembloux. Uma grande força blindada alemã, sob o comando do General Erich Hoepner, tinha por objetivo atacar o centro da principal linha defensiva aliada.

No total o General Hoepner contava com 2 divisões panzer, a 3ª e a 4ª. A 3ª Divisão Panzer era formada por cerca de 340 blindados, a sua maioria tanques leves, sendo que apenas 42 eram tanques médios, 16 eram Panzers III e 26 eram Panzers IV. Na 4ª Divisão Panzer havia cerca de 330 blindados, mas apenas 20 eram Panzers III e apenas 24 eram Panzers IV. A grande vantagem do General Hoepner era o apoio da Luftwaffe, sob a forma de 170 bombardeiros médios e mais de 500 caças.

O resultado foi um empate, com os alemães perdendo cerca de 250 blindados, ou o equivalente a quase uma divisão panzer inteira.

Neste dia a infantaria motorizada do General Guderian dispersava os reforços do recém formado 6º Exército Francês à oeste de Sedan, cortando o flanco sul do 9º Exército, o que levou toda esta formação a colapsar e a render-se em massa.

Neste dia as linhas de comunicação da 7ª Divisão Panzer, sob o comando do General Erwin Rommel, eram cortadas devido ao seu avanço excessivamente rápido. O alto comando alemão não sabia do seu paradeiro, o que levou a que a sua divisão panzer fosse apelidada de “a Divisão Fantasma”.

Ignorando as ordens de parar, Rommel continuou avançando em direção às linhas francesas, cruzando-as num único ponto em Avesnes-sur-Helpe e lançando-as no caos absoluto.

Neste dia o Primeiro Ministro francês, Paul Reynaud, consciente de que as forças aliadas tinham caído na armadilha alemã, telefonava ao Primeiro Ministro britânico, Winston Churchill, e lhe dizia:

“Nós fomos derrotados. Estamos batidos! Perdemos a batalha.”

Nas palavras de Winston Churchill, ele estava completamente desconsolado.

Cavalaria alemã em missão de patrulha durante a Batalha da França.
Cavalaria alemã em missão de patrulha durante a Batalha da França.
Soldados alemães inspecionando tanques aliados destruídos durante a Batalha da França.
Soldados alemães inspecionando tanques aliados destruídos durante a Batalha da França.
Paul Reynaud, ao centro, desconsolado no dia 15 de Maio ao constatar que as forças aliadas tinham caído na armadilha alemã.
Paul Reynaud, ao centro, desconsolado no dia 15 de Maio ao constatar que as forças aliadas tinham caído na armadilha alemã.
Soldado holandês com uma bandeira branca aproximando-se das linhas alemãs para discutir os termos da rendição.
Soldado holandês com uma bandeira branca aproximando-se das linhas alemãs para discutir os termos da rendição.
General Erich Hoepner que liderou as forças alemãs na Batalha de Gembloux.
General Erich Hoepner que liderou as forças alemãs na Batalha de Gembloux.

14 de Maio de 1940

Neste dia a Batalha da França entrava no seu quinto dia.

Na Holanda o General Rudolf Schmidt, comandante do 9º Corpo Panzer, ameaçou bombardear a cidade de Rotterdam caso a mesma não se rendesse. A guarnição militar da cidade, após avaliar a ameaça, decidiu render-se e a ordem de bombardeio aéreo foi cancelada pela Luftwaffe, no entanto, alguns bombardeiros não a receberam e a cidade foi atingida por 95 toneladas de bombas, matando mais de 1.000 civis.

Neste mesmo dia, quando uma ameaça semelhante foi feita à cidade de Utrecht, o governo holandês, incapaz de deter os bombardeiros inimigos e temendo uma repetição da catástrofe de Rotterdam, decidiu capitular.

Desta forma caía neste dia o primeiro aliado de peso na Batalha da França.

Na Bélgica, na cidade de Dinant, no flanco norte da ofensiva contra a região de Sedan, o General Erwin Rommel liderava pessoalmente uma força de 30 blindados contra posições francesas e belgas que, diante do brutal ataque, foram obrigadas a recuar mais de 5 km.

Na frente do Rio Meuse, na região de Sedan, as 3 Divisões Panzer do General Heinz Guderian (1ª, 2ª e 10ª Divisões Panzer) conseguiam finalmente cruzar o rio e iniciavam o seu rápido avanço em direção ao Canal da Mancha.

Do alto comando alemão vinham ordens expressas para ele diminuir o ritmo do avanço, mas ele as ignorava ou alegava que se tratavam de meras ações de reconhecimento. Foi mais ou menos a partir desta data que ele passou a ser conhecido pelos seus soldados como “Der schnelle Heinz” (O Rápido Heinz).

Quando confrontado com ordens para parar ou diminuir o ritmo, o “Rápido Heinz” costumava ameaçar com demitir-se.

As defesas de Sedan tinham sido destruídas e toda a Frente do Meuse ameaçava colapsar. Agora era apenas uma questão de tempo até o caminho para o Canal da Mancha estar livre e desimpedido.

A Blitzkrieg alemã, ou Guerra Relâmpago, sob a forma de rápidos e contundentes ataques de formações de blindados e uma íntima conjugação de forças terrestres e aéreas, provava a sua superioridade frente às técnicas convencionais de guerra dos aliados ocidentais.

Mapa mostrando o avanço alemão entre os dias 10 e 16 de Maio de 1940.
Mapa mostrando o avanço alemão entre os dias 10 e 16 de Maio de 1940.
General Heinz Guderian no seu centro de comando móvel, próximo à frente de combate durante a Batalha da França.
General Heinz Guderian no seu centro de comando móvel, próximo à frente de combate durante a Batalha da França.
Erwin Rommel orientando as suas tropas durante a Batalha da França.
Erwin Rommel orientando as suas tropas durante a Batalha da França.
O centro completamente destruído da cidade de Rotterdam após o bombadeio aéreo do dia 14 de Maio de 1940.
O centro completamente destruído da cidade de Rotterdam após o bombadeio aéreo do dia 14 de Maio de 1940.

12 de Maio de 1940

Neste dia a Batalha da França entrava no seu terceiro dia.

À tarde forças blindadas alemãs, comandadas pelo General Hans Guderian (pertencente ao Grupo de Exércitos A), após ultrapassarem a “inexpugnável” floresta das Ardenas, finalmente entravam em território francês e alcançavam a Linha do Rio Meuse, na cidade de Sedan, um forte cinturão defensivo com 6 km de profundidade formado por mais de 103 bunkers construídos com concreto reforçado, minas anti-tanques e anti-pessoais, bem como um intrincado sistema de trincheiras.

Começava a Batalha de Sedan!

Essa região era defendida pelo 147º Regimento de Infantaria e pela 55ª Divisão de Infantaria, uma mera divisão de reserva de Grau “B”.

Ao fim deste dia as divisões de Guderian já tinham conquistado a margem norte do Rio Meuse e preparavam-se para atravessá-lo no dia seguinte.

Os franceses acreditavam que a travessia alemã do rio levaria 4 dias para ser completada, tempo suficiente para chegarem novos reforços, no entanto, engenheiros militares alemães começavam nesta mesma noite a construir pontes ao longo do rio e às primeiras horas da manhã do dia seguinte algumas unidades já tentavam a travessia.

Mais ao norte, o Grupo de Exércitos B do General von Bock continuava avançando pela Holanda e pela Bélgica com as suas 30 divisões de infantaria e ao sul o Grupo de Exércitos C do General Leeb avançava com as suas 17 divisões contra a Linha Maginot, mantendo-a ocupada e impedindo que as suas forças fossem enviadas para reforçar outras posições sob ataque alemão.

Neste dia, na Bélgica, decorria a primeira batalha de blindados da Segunda Guerra Mundial, quando a 3ª e a 4ª Divisões Panzer alemãs encontraram-se com 2 divisões blindadas francesas. Os alemães, equipados com Panzers I e II, foram aniquilados pelos franceses, equipados com blindados S35 e H35.

Na Holanda a 9ª Divisão Panzer chegava à cidade de Moerdijk, substituíndo os paraquedistas alemães que estavam defendendo a sua valiosa ponte desde o dia 10 de Maio.

Soldados franceses carregando uma peça de artilharia durante a Batalha da França.
Soldados franceses carregando uma peça de artilharia durante a Batalha da França.
Soldado francês rendendo-se durante a Batalha da França.
Soldado francês rendendo-se durante a Batalha da França.
Panzers II no interior da França.
Panzers II no interior da França.
Panzer II em frente à uma ponte destruída durante a Batalha da França.
Panzer II em frente à uma ponte destruída durante a Batalha da França.

10 de Maio de 1940

Neste dia forças alemãs invadiam o Luxemburgo, a Bélgica e a Holanda, dando assim início à Batalha da França.

Na madrugada do dia 9 para o dia 10 forças alemãs entravam em Luxemburgo, um pequeno país encravado entre a Alemanha, a França e a Bélgica, levando a família real luxemburguesa a ser evacuada para o sul. Ao fim do dia o país já estava sob controle alemão e colunas Panzers aproximavam-se rapidamente da floresta das Ardenas.

Às primeiras horas da manhã unidades de Fallschirmjägers (paraquedistas) da 7ª Divisão Flieger e da 22ª Divisão Luftlande, sob o comando de Kurt Student, eram lançados sobre Hague, bloqueando a estrada para Roterdam, e também sobre a fortaleza belga de Eben-Emael, onde uma pequena força de 78 soldados aterrisaram com planadores mesmo por cima da fortaleza, apanhando os 700 defensores de surpresa e neutralizando-a em poucas horas.

Nos céus da Bélgica e da Holanda a Luftwaffe reinou soberana no primeiro dia da batalha. Graças a um reconhecimento aéreo fotográfico feito dias atrás, a Luftwaffe foi capaz de destruir no solo 83 dos 179 aviões militares belgas nas primeiras 24 horas. Na Holanda a superioridade numérica da Luftwaffe fez-se notar desde o início.

Ao fim do primeiro dia, forças blindadas alemãs tinham avançado quase 20 km no interior da Holanda, levando os líderes aliados a ativarem o Plano Dyle de defesa, que consistia na entrada de forças francesas e inglesas na Bélgica através do rio Dyle para formar uma linha defensiva o mais próximo possível da fronteira holandesa e alemã.

No primeiro dia da Batalha da França os líderes aliados, ao constatarem que o grosso das forças alemãs estava atacando pela Holanda e Bélgica, sentiram-se aliviados e otimistas pois confirmavam as suas suspeitas de que o ataque alemão de 1940 seria uma repetição do ataque alemão de 1914. Não podiam estar mais enganados!

Mapa mostrando os movimentos das tropas aliadas e alemãs entre os dias 10 e 16 de Maio de 1940.
Mapa mostrando os movimentos das tropas aliadas e alemãs entre os dias 10 e 16 de Maio de 1940.
Desenho mostrando como se processou o ataque surpresa à fortaleza de Eben-Emael.
Desenho mostrando como se processou o ataque surpresa à fortaleza de Eben-Emael.
Planadores utilizados pelos Fallschirmjäger (paraquedistas) alemães na tomada da fortaleza de Eben-Emael, na Bélgica.
Planadores utilizados pelos Fallschirmjäger (paraquedistas) alemães na tomada da fortaleza de Eben-Emael, na Bélgica.
Kurt Student.
Kurt Student.
Soldados britânicos marchando para a frente de combate na Bélgica.
Soldados britânicos marchando para a frente de combate na Bélgica.
Soldados franceses e refugiados belgas numa estrada no interior da Bélgica.
Soldados franceses e refugiados belgas numa estrada no interior da Bélgica.
Tropas alemãs nas primeiras horas da invasão da Bélgica. Notem no céu um Ju 87 Stuka em vôo picado.
Tropas alemãs nas primeiras horas da invasão da Bélgica. Notem no céu um Ju 87 Stuka em vôo picado.