24 de Maio de 1941

Neste dia, às 5h45, tinha início a Batalha do Estreito da Dinamarca, envolvendo o super couraçado alemão Bismarck, o cruzador pesado alemão Prinz Eugen e os navios britânicos HMS Hood e HMS Prince of Wales.

Os navios britânicos foram localizados e identificados às primeiras horas da manhã e, minutos depois, com a distância entre os navios reduzida para os 26 km, o Hood abria fogo, seguido logo depois pelo Prince of Wales.

Com os navios britânicos disparando e aproximando-se cada vez mais e diante da hesitação do Almirante Lütjens, o Capitão Lindemann interveio e disse:

“Não vou deixar o meu navio ser destruído debaixo do meu $%&#!”

Diante da sua insistência, às 5h55 o Almirante Lütjens dava finalmente a ordem para contra-atacar.

Os navios britânicos aproximavam-se de frente e estavam limitados a utilizar apenas os canhões da proa, mas o Bismarck e o Prinz Eugen estavam de lado e, por isso, podiam utilizar todos os seus poderosos canhões, com destaque para os 8 gigantescos canhões de 380 mm do Bismarck.

Começou então uma intensa troca de disparos e em poucos minutos o Prinz Eugen conseguia atingir o Prince of Wales, que imediatamente começou a pegar fogo.

No entanto, a cerca de 20 km de distância estavam dois outros navios da Royal Navy que perseguiam os navios alemães desde o dia anterior, o HMS Norfolk e o HMS Suffolk (evento destacado ontem aqui na página).

Por volta das 6h um dos vários disparos do Bismarck conseguiu penetrar a blindagem relativamente fina do deck principal do Hood. O projétil penetrou diversos decks e acabou por explodir no seu depósito de munições, incendiando mais de 110 toneladas de cordite, um material altamente explosivo utilizado como propulsor dos projéteis.

O navio literalmente explodiu ao meio!

Em menos de 3 minutos o outrora orgulho da Royal Navy afundava-se, matando praticamente a totalidade da sua tripulação (de um total de 1.419 homens, apenas 3 sobreviveram ao naufrágio).

Em seguida o Bismarck era atingido por um disparo do Prince of Wales que imediatamente a seguir era também atingido por um disparo do Bismarck que, apesar de não ter explodido, atingiu e atravessou a sua ponte de comando, matando a todos à excepção do Capitão John Leach e de um outro oficial.

Apesar dos danos, o Prince of Wales conseguiu atingir o Bismarck com 3 disparos diretos, mas sem causar graves danos.

Às 6h13 o Capitão Leach dava ordem para o Prince of Wales recuar, já que apenas 2 dos seus 10 canhões de 360 mm estavam operacionais.

Às 8h01 o Bismarck enviava um relatório dos danos para o alto comando alemão, o relatório também indicava as suas próximas intenções, que eram: 1) enviar o Prinz Eugen para o Atlântico com o objetivo de caçar os comboios aliados e 2) levar o Bismarck para o porto francês de Saint-Nazaire para reparações.

Neste momento a Royal Navy já tinha dado ordens para que todos os navios da região convergissem para a área para participarem na caça ao Bismarck. No total, seis couraçados e cruzadores pesados, dois porta-aviões, treze cruzadores e vinte um destroyers participaram na perseguição (37 navios de guerra).

Às 18h14 o Prinz Eugen finalmente afastava-se do Bismarck em direção ao Atlântico e o Bismarck, para distrair a frota britânica e permitir a fuga da sua escolta, girou 180º e avançou à toda velocidade contra o Prince of Wales, que por essa altura já tinha reparado as suas armas principais de 360 mm.

O Bismarck disparou 9 tiros e o Prince of Wales disparou 12, mas nenhum deles atingiu o oponente.

A manobra foi um sucesso e o Prinz Eugen conseguiu afastar-se do campo de batalha e seguir o seu rumo e o Bismarck, após atravessar a formação naval britânica, acelerou aos 27 nós (50 km/h) e seguiu em direção ao porto francês de Saint-Nazaire.

27 nós era a velocidade máxima dos navios britânicos e, a não ser que o Bismarck reduzisse a sua velocidade, em poucas horas chegaria à costa francesa onde a Luftwaffe estaria pronta para dar-lhe a devida cobertura aérea.

No fim do dia o Bismarck seguia a toda velocidade para a França e era perseguido de perto por toda a frota britânica do Atlântico Norte.

HMS Hood, o orgulho da Royal Navy.
HMS Hood, o orgulho da Royal Navy.
HMS Prince of Wales.
HMS Prince of Wales.
Fotografia do Bismarck disparando os seus enormes canhões de 380 mm no início da Batalha do Estreito da Dinamarca. Fotografia tirada a partir do Prinz Eugen.
Fotografia do Bismarck disparando os seus enormes canhões de 380 mm no início da Batalha do Estreito da Dinamarca. Fotografia tirada a partir do Prinz Eugen.
Fotografia do Bismarck disparando os seus enormes canhões de 380 mm no início da Batalha do Estreito da Dinamarca. Fotografia tirada a partir do Prinz Eugen.
Fotografia do Bismarck disparando os seus enormes canhões de 380 mm no início da Batalha do Estreito da Dinamarca. Fotografia tirada a partir do Prinz Eugen.
O capital do HMS Suffolk, almoçando na ponte de comando durante a perseguição ao Bismarck.
O capital do HMS Suffolk, almoçando na ponte de comando durante a perseguição ao Bismarck.
Representação artística do naufrágio do HMS Hood.
Representação artística do naufrágio do HMS Hood.

23 de Maio de 1941

Neste dia a Batalha de Creta entrava no seu quarto dia.

Em terra os combates prosseguiam de forma cada vez mais brutal e sangrenta e neste dia os alemães asseguravam o controle de todo o lado oeste da ilha de Creta.

Os britânicos, obrigados a lutar contra tropas alemãs frescas recém chegadas, recuavam e concentravam os seus esforços na defesa do lado leste da ilha.

No mar as perdas da Royal Navy acumulavam-se cada vez mais. No dia anterior mais de 1.000 marinheiros britânicos perdiam a vida (evento destacado ontem aqui na página) e neste dia o HMS Kashmir e o HMS Kelly eram atacados por 24 bombardeiros Ju 87 Stuka.

O HMS Kashmir foi atingido e afundou-se em 3 minutos e o HMS Kelly também foi atingido e virou-se, afundando-se pouco depois.

As perdas da Royal Navy devido aos ataques da Luftwaffe eram tantas que neste dia o Almirante Cunningham anunciava a sua decisão de interromper todas as operações navais à luz do dia.

O porto de Suda Bay, bombardeado pela Luftwaffe.
O porto de Suda Bay, bombardeado pela Luftwaffe.
Aviões de transporte Ju 57 danificados na ilha de Creta.
Aviões de transporte Ju 57 danificados na ilha de Creta.
Soldados alemães fazendo um pequeno intervalo durante os combates na ilha de Creta.
Soldados alemães fazendo um pequeno intervalo durante os combates na ilha de Creta.

22 de Maio de 1941

Neste dia a Batalha de Creta entrava no seu terceiro dia.

Durante a madrugada a Royal Navy patrulhou as águas próximas à pequena ilha de Milos, na costa de Creta, à procura de um comboio militar alemão com suprimentos e reforços, mas não teve sucesso.

No entanto, às primeiras horas da manhã, após o nascer do sol, aviões alemães localizaram a frota britânica e o ataque que se seguiu foi tremendamente brutal e sangrento. No total 3 navios britânicos foram afundados e 4 foram danificados, resultando na morte de mais de 1.000 marinheiros.

Em terra, forças australianas e neozelandesas lançaram um contra-ataque com o objetivo de retomar o aeroporto de Maleme, mas os alemães já tinham reforçado o perímetro e o ataque foi repelido.

Durante o dia aviões de transporte Ju 52 trouxeram mais 2 batalhões para reforçar ainda mais a defesa do aeroporto, uma instalação vital para o sucesso da campanha em Creta.

Vista aérea do aeroporto de Maleme durante a Batalha de Creta.
Vista aérea do aeroporto de Maleme durante a Batalha de Creta.
Coluna militar alemã avançando pela ilha de Creta.
Coluna militar alemã avançando pela ilha de Creta.

21 de Maio de 1941

Neste dia o super couraçado alemão Bismarck e o cruzador pesado Prinz Eugen entravam em Grimstadfjord, Noruega. O objetivo era reabastecer o Prinz Eugen antes de seguirem viagem para o Atlântico Norte.

À tarde, logo após às 13h00, um Spitfire britânico sobrevoou a região e tirou uma fotografia de ambos os navios, lançando imediatamente o alerta para a RAF e a Royal Navy que, neste momento, tinham como missão principal atacar e afundar o Bismarck.

Pouco depois das 19h00 os navios estavam abastecidos e abandonavam o porto e poucas horas depois bombardeiros da RAF atacavam o fiorde, que neste momento já se encontrava vazio.

A caçada ao Bismarck estava no seu auge e todos os recursos da marinha de guerra britânica na região estavam concentrados nesta tarefa.

Fotografia tirada pelo Spitfire do Bismarck ancorado na Noruega no dia 21 de Maio de 1941, às 13 horas.
Fotografia tirada pelo Spitfire do Bismarck ancorado na Noruega no dia 21 de Maio de 1941, às 13 horas.