Neste dia, às 5h45, tinha início a Batalha do Estreito da Dinamarca, envolvendo o super couraçado alemão Bismarck, o cruzador pesado alemão Prinz Eugen e os navios britânicos HMS Hood e HMS Prince of Wales.
Os navios britânicos foram localizados e identificados às primeiras horas da manhã e, minutos depois, com a distância entre os navios reduzida para os 26 km, o Hood abria fogo, seguido logo depois pelo Prince of Wales.
Com os navios britânicos disparando e aproximando-se cada vez mais e diante da hesitação do Almirante Lütjens, o Capitão Lindemann interveio e disse:
“Não vou deixar o meu navio ser destruído debaixo do meu $%&#!”
Diante da sua insistência, às 5h55 o Almirante Lütjens dava finalmente a ordem para contra-atacar.
Os navios britânicos aproximavam-se de frente e estavam limitados a utilizar apenas os canhões da proa, mas o Bismarck e o Prinz Eugen estavam de lado e, por isso, podiam utilizar todos os seus poderosos canhões, com destaque para os 8 gigantescos canhões de 380 mm do Bismarck.
Começou então uma intensa troca de disparos e em poucos minutos o Prinz Eugen conseguia atingir o Prince of Wales, que imediatamente começou a pegar fogo.
No entanto, a cerca de 20 km de distância estavam dois outros navios da Royal Navy que perseguiam os navios alemães desde o dia anterior, o HMS Norfolk e o HMS Suffolk (evento destacado ontem aqui na página).
Por volta das 6h um dos vários disparos do Bismarck conseguiu penetrar a blindagem relativamente fina do deck principal do Hood. O projétil penetrou diversos decks e acabou por explodir no seu depósito de munições, incendiando mais de 110 toneladas de cordite, um material altamente explosivo utilizado como propulsor dos projéteis.
O navio literalmente explodiu ao meio!
Em menos de 3 minutos o outrora orgulho da Royal Navy afundava-se, matando praticamente a totalidade da sua tripulação (de um total de 1.419 homens, apenas 3 sobreviveram ao naufrágio).
Em seguida o Bismarck era atingido por um disparo do Prince of Wales que imediatamente a seguir era também atingido por um disparo do Bismarck que, apesar de não ter explodido, atingiu e atravessou a sua ponte de comando, matando a todos à excepção do Capitão John Leach e de um outro oficial.
Apesar dos danos, o Prince of Wales conseguiu atingir o Bismarck com 3 disparos diretos, mas sem causar graves danos.
Às 6h13 o Capitão Leach dava ordem para o Prince of Wales recuar, já que apenas 2 dos seus 10 canhões de 360 mm estavam operacionais.
Às 8h01 o Bismarck enviava um relatório dos danos para o alto comando alemão, o relatório também indicava as suas próximas intenções, que eram: 1) enviar o Prinz Eugen para o Atlântico com o objetivo de caçar os comboios aliados e 2) levar o Bismarck para o porto francês de Saint-Nazaire para reparações.
Neste momento a Royal Navy já tinha dado ordens para que todos os navios da região convergissem para a área para participarem na caça ao Bismarck. No total, seis couraçados e cruzadores pesados, dois porta-aviões, treze cruzadores e vinte um destroyers participaram na perseguição (37 navios de guerra).
Às 18h14 o Prinz Eugen finalmente afastava-se do Bismarck em direção ao Atlântico e o Bismarck, para distrair a frota britânica e permitir a fuga da sua escolta, girou 180º e avançou à toda velocidade contra o Prince of Wales, que por essa altura já tinha reparado as suas armas principais de 360 mm.
O Bismarck disparou 9 tiros e o Prince of Wales disparou 12, mas nenhum deles atingiu o oponente.
A manobra foi um sucesso e o Prinz Eugen conseguiu afastar-se do campo de batalha e seguir o seu rumo e o Bismarck, após atravessar a formação naval britânica, acelerou aos 27 nós (50 km/h) e seguiu em direção ao porto francês de Saint-Nazaire.
27 nós era a velocidade máxima dos navios britânicos e, a não ser que o Bismarck reduzisse a sua velocidade, em poucas horas chegaria à costa francesa onde a Luftwaffe estaria pronta para dar-lhe a devida cobertura aérea.
No fim do dia o Bismarck seguia a toda velocidade para a França e era perseguido de perto por toda a frota britânica do Atlântico Norte.