O General francês Henri Honoré Giraud (18-01-1878 / 11-03-1949).
Capturado e mantido como prisioneiro nas duas guerras mundiais, conseguiu fugir em ambas as situações.
Na Primeira Guerra Mundial, combatendo com o posto de capitão, foi gravemente ferido ao liderar uma carga de baionetas na sangrenta Batalha de Charleroi, em 21 de Agosto de 1914.
Foi deixado para morrer no campo de batalha pelos seus companheiros, que pensavam que não iria sobreviver aos ferimentos. Capturado pelos alemães, foi enviado para um hospital para prisioneiros de guerra na Bélgica.
2 meses depois, aproveitando-se da passagem de uma companhia de circo pela região, conseguiu escapar fingindo ser um dos seus trabalhadores e, esgueirando-se pela Holanda, conseguiu retornar às linhas francesas.
No início da Segunda Guerra Mundial Giraud era membro do Conselho Superior de Guerra francês e um feroz adversário de Charles de Gaulle e das suas “idéias revolucionárias” sobre a utilização de blindados no campo de batalha.
Recebeu o comando do 7º Exército que, combatendo na Holanda, conseguiu atrasar por alguns dias o avanço do imparável exército Alemão. No entanto, em vista da tremenda superioridade tática da Wehrmacht, o seu exército não resistiu e no dia 13 de Maio o que restava do 7º Exército juntava-se ao 9º.
Durante uma tentativa de travar o avanço alemão pelas Ardenas, o General Giraud, durante uma patrulha de reconhecimento no dia 19 de Maio de 1940, foi capturado pelas forças alemães e levado para o Castelo de Konigstein, em Dresden, um castelo inexpugnável no alto de uma montanha e uma prisão de segurança máxima para prisioneiros de alta patente.
Durante 2 anos o General Giraud planejou a sua fuga.
Aprendeu a falar alemão, memorizou um mapa de toda a região, enviou cartas em código para os seus contatos avisando da sua fuga e com restos de lençóis e arames de cobre improvisou uma corda de 50 metros com a qual conseguiu escapar da fortaleza prisão.
Raspou o bigode e vestindo um chapéu tirolês (traje típico daquela região da Alemanha) conseguiu chegar à Suíça, de onde foi enviado para a França de Vichy (um estado fantoche controlado por políticos em colaboração com os alemães).
Tentou a todo custo convencer o Marechal Pétain a acabar com a colaboração com os alemães, mas foi em vão (no fim da guerra Pétain foi julgado como colaboracionista e condenado à morte, pena que depois foi comutada para prisão perpétua).
Em pouco tempo a fuga do General Giraud tornou-se conhecida em toda a Europa, levando Heinrich Himmler a ordenar o seu assassinato e a prisão de membros da sua família (no total, 17 membros da sua família foram presos).
Com a situação na França de Vichy cada dia mais complicada, abandonou o país e graças à um submarino britânico chegou a Gibraltar.
Após o assassinato de François Darlan, Giraud firmou-se como o novo Comandante-em-Chefe das forças francesas livres, incluíndo a sua marinha de guerra.
Em Março de 1944 a sua filha e os seus 4 netos foram capturados na Tunísia e enviados para a Alemanha onde foram assassinados, e no dia 28 de Agosto de 1944 sobrevivia a uma grave tentativa de assassinato na Argélia.
Após a guerra ajudou a escrever a constituição da 4ª República Francesa, vindo a morrer pouco tempo depois em Dijon, em 11 de Março de 1949, aos 70 anos.