E a arma do dia é…

Linha Maginot.

(Peço desculpas pelo texto extenso, mas está interessante e vale a pena o esforço.)

Tratava-se de um conjunto magnífico e impressionante de grandes fortificações defensivas, construído na fronteira entre a França e a Alemanha, prolongando-se da Suíça até o Luxemburgo e a Bélgica.

O seu objetivo era simples: aguentar e retardar um eventual ataque alemão, dando tempo aos franceses para mobilizarem as suas reservas.

O seu nome foi uma homenagem a André Maginot, Ministro da Guerra que, assim como Joseph Joffre e Henri Philippe Pétain, foi um dos principais defensores da ideia de se construir fortificações defensivas entre a França e Alemanha, impedindo assim novos ataques vindos a partir do leste.

O projeto foi muito combatido e criticado por uma parcela importante do exército francês, com destaque para Paul Reynaud e Charles de Gaulle que defendiam que os recursos gastos na Linha Maginot poderiam ser melhor aproveitados na construção e modernização das forças móveis e blindadas francesas.

Apesar do nome, a Linha Maginot não era uma linha estreita e contínua de defesa. O conceito implementado na sua construção era o de defesa em profundidade, o que significava que em certos zonas as fortificações podiam espalhar-se em profundidade por até 25 km, ou seja, mesmo que as primeiras defesas fossem vencidas, as que estavam atrás continuavam intactas e prontas para enfrentar um inimigo enfraquecido pelos combates anteriores.

Era composto por um intrincado sistema de fortalezas, bunkers, artilharia pesada, plataformas de metralhadoras e armas anti-tanque, artilharia anti-aérea, depósitos subterrâneos de munições e postos de observação. Possuía também um moderno sistema de torres retráteis de artilharia, ou seja, a torre elevava-se do solo, disparava e voltava a descer para o subsolo, protegendo assim a estrutura de contra ataques da artilharia inimiga.

No total haviam 45 grandes fortes estrategicamente posicionados a cada 15 km, 97 pequenos fortes e mais de 350 casamatas entre eles, tudo interligado por mais de 100 km de túneis e ferrovias subterrâneas. As plataformas de artilharia tinham mapas com a localização exata das outras fortificações, tudo para evitar danos por fogo amigo durante as operações de ataque.

Em Maio de 1940, durante a invasão alemã da França (evento que será acompanhado com destaque aqui na página a partir do dia 10 deste mês), a Linha Maginot cumpriu com o seu papel, que era impedir que forças alemãs invadissem a França por aquela região, no entanto, aquilo que os franceses e britânicos não previram é que os alemães iriam avançar com uma força móvel de blindados pela região das Ardenas e, num grande movimento de foice, cercar e destruir os exércitos aliados combatendo na Bélgica (mas sobre este tema voltaremos a tratar com mais detalhes a partir do dia 10).

Por ser uma região de floresta densa, os franceses acreditavam que era impenetrável e que uma grande força de blindados não poderia transitar pelas suas estradas estreitas e sinuosas, por isso a Linha Maginot não se prolongou por essa zona. Como a história provou, estavam terrivelmente enganados.

A construção começou em 1929 e terminou em 1938 e esteve em utilização até 1969. No geral as instalações continuam em bom estado nos dias de hoje e muitas das suas instalações podem ser visitadas por turistas interessados em conhecer um pouco mais sobre a história militar francesa

André Maginot, Ministro da Guerra e principal defensor da construção de grandes fortificações entre a França e a Alemanha.
André Maginot, Ministro da Guerra e principal defensor da construção de grandes fortificações entre a França e a Alemanha.
Mapa mostrando a localização das fortificações francesas ao longo da fronteira alemã e belga.
Mapa mostrando a localização das fortificações francesas ao longo da fronteira alemã e belga.
Fortificação pertencente à Linha Maginot aberta ao público para visitação turística.
Fortificação pertencente à Linha Maginot aberta ao público para visitação turística.
Fortificação pertencente à Linha Maginot aberta ao público para visitação turística.
Fortificação pertencente à Linha Maginot aberta ao público para visitação turística.
Visita do Rei George VI à Linha Maginot em Dezembro de 1939.
Visita do Rei George VI à Linha Maginot em Dezembro de 1939.
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Linha Maginot nos anos 30.
A Linha Maginot nos anos 30.
A Linha Maginot nos anos 30.
Túnel interligando as diversas fortificações da Linha Maginot.
Túnel interligando as diversas fortificações da Linha Maginot.
Corte transversal de uma típica fortificação da Linha Maginot.
Corte transversal de uma típica fortificação da Linha Maginot.
Corte transversal de uma típica fortificação da Linha Maginot.
Corte transversal de uma típica fortificação da Linha Maginot.
Corte transversal de uma típica fortificação da Linha Maginot.
Corte transversal de uma típica fortificação da Linha Maginot.