8 de Maio de 1945

Neste dia, com o fim da guerra na Europa, era chegada a hora das nações envolvidas contarem os seus mortos.

O processo de contagem de baixas é muito complexo e também bastante controverso. Como há várias formas diferentes de o fazer, torna-se impossível determinar com exatidão o número de mortos na Segunda Guerra Mundial.

O método mais unânime consiste em incluir na contagem todos os soldados mortos em combate (KIA), desaparecidos em combate (MIA), mortos durante o cativeiro e mortos em decorrência de ferimentos, acidentes ou doenças adquiridas durante os combates.

Com base neste critério, o número de baixas militares apenas na Europa foi estimado em:

– Frente Oeste

Aliados – total de militares mortos: +/- 1 milhão

Reino Unido = 370 mil
França = 220 mil
EUA = 180 mil
Itália = 70 mil
Canadá = 40 mil
Grécia = 30 mil
Bélgica = 10 mil
Holanda = 10 mil
Outros (Brasil incluído) = +/- 30 mil

Eixo – total de militares mortos: +/- 800 mil

Alemanha = 600 mil
Itália = 200 mil

Total de militares mortos na Frente Oeste = 1.8 milhão

– Frente Leste

Aliados – total de militares mortos: +/- 11.3 milhões

URSS = 10.6 milhões
Iugoslávia = 450 mil
Polónia = 160 mil
Checoslováquia = 30 mil
Romênia = 20 mil
Bulgária = 20 mil

Eixo – total de militares mortos: +/- 5.4 milhões

Alemanha = 4.3 milhões
Hungria = 300 mil
Romênia = 280 mil
Croácia = 200 mil
Finlândia = 100 mil
Itália = 80 mil
Outros = +/- 300 mil

Total de militares mortos na Frente Leste = 16.7 milhões

– Total de militares mortos na Europa = 18.5 milhões

Na Segunda Guerra Mundial quem mais sofreu foram os civis, mas se a contagem de baixas entre os militares é controversa, entre os civis é ainda pior!

Estima-se que morreram na guerra, em decorrência direta dos combates (raids aéreos, fogo de artilharia, tiros, etc.), por fome, acidentes ou doenças provocadas diretamente pela guerra, cerca de 40 a 50 milhões de civis, 20 milhões dos quais apenas na União Soviética.

Trata-se de um número tão absurdamente grande que torna-se difícil sequer imaginá-lo.

Fazem realmente idéia do que são 60 ou 70 milhões de seres humanos mortos? Na União Soviética, 80% dos homens nascidos em 1923 morreram em combate! Quase uma geração inteira perdida!

Triste, mesmo muito triste.

Militares mortos na Europa.
Militares mortos na Europa.

E o filme do dia é…

The Great Escape (1963).

Fugindo do Inferno (BR) / A Grande Evasão (PT)

O filme foi lançado em 1963, tendo alcançado um grande sucesso de bilheteria no ano do seu lançamento.

Conta a história verídica de um grupo de prisioneiros de guerra que tentam fugir daquele que é considerado o campo de prisioneiros mais seguro de toda a Alemanha.

É um filme do início dos anos 60, portanto, esqueçam os grandes efeitos especiais e sequências de grandes e mirabolantes explosões.

O roteiro é leve, fácil de ser acompanhado e mostra com algum detalhe a relação de camaradagem entre os POWs aliados nos campos de prisioneiros alemães.

Foi baseado no livro “The Great Escape”, de Paul Brickhill.

O elenco é composto por grandes estrelas como Steve McQueen, James Garner, Richard Attenborough e Charles Bronson.

Cartaz original.
Cartaz original.

8 de Maio de 1945

VE-Day (Victory in Europe Day), Dia da Vitória na Europa!

Neste dia, com a entrada em vigor da rendição incondicional alemã assinada no dia anterior em Reims pelo Comandante Alfred Jodl, comemorações tomavam conta das ruas dos países aliados.

Multidões em Londres, Nova Iorque, Paris, São Francisco, Los Angeles, todas as principais cidades e capitais do mundo comemoravam neste dia o fim definitivo da guerra na Europa e da ameaça nazista.

Em Londres mais de 500 mil pessoas aglomeravam-se em Trafalgar Square e em frente ao Palácio de Buckingham, onde o Rei George VI e o Primeiro Ministro Winston Churchill acenaram para a multidão em delírio.

Nos EUA o VE-Day coincidiu com o aniversário do Presidente Harry Truman, que dedicava a vitória ao seu antecessor, Franklin D. Roosevelt, que morrera a menos de 1 mês devido a uma hemorragia cerebral.

Como o representante soviético em Reims não tinha autoridade para assinar a rendição alemã, a União Soviética considerou-a como um simples “ato preliminar”, comemorando o VE-Day apenas no dia 9 de Maio, data de entrada em vigor da rendição assinada em Berlim no dia anterior.

Principais manchetes dos jornais no dia 8 de Maio de 1945.
Principais manchetes dos jornais no dia 8 de Maio de 1945.
Soldados e civis comemorando o VE-Day.
Soldados e civis comemorando o VE-Day.
Manchete do Daily Mirror.
Manchete do Daily Mirror.
O instrumento de rendição incondicional da Alemanha assinado no dia anterior em Reims, França.
O instrumento de rendição incondicional da Alemanha assinado no dia anterior em Reims, França.
Winston Churchill no VE-Day acenando para uma multidão em Londres.
Winston Churchill no VE-Day acenando para uma multidão em Londres.

8 de Maio de 1945

Neste dia o Marechal de Campo Wilhelm Keitel assinava em Berlim um novo instrumento de rendição incondicional, por insistência pessoal de Stalin.

Como o representante soviético em Reims, o General Susloparov, não tinha autoridade para assinar o documento de rendição (apesar de o ter feito), Stalin exigiu que um novo documento fosse assinado em Berlim.

Devido à sua insistência, uma nova cerimônia foi agendada para o dia 8 de Maio de 1945, pouco antes da meia noite, na sede da Administração Militar Soviética em Karlshorst, nos subúrbios de Berlim.

Os representantes neste segundo ato foram: do lado soviético o Marechal Georgy Zhukov , do lado norte-americano o General Carl Spaatz, do lado britânico o Marechal do Ar Sir Arthur William Tedder, do lado francês o General Jean de Lattre de Tassigny, e do lado alemão o Marechal de Campo Wilhelm Keitel (representando o exército), o Almirante Hans-Georg von Friedeburg (representando a marinha) e o Coronel General Hans-Jürgen Stumpff (representando a Luftwaffe).

O Marechal de Campo Georgy Zhukov lendo os termos da rendição alemã em Berlim.
O Marechal de Campo Georgy Zhukov lendo os termos da rendição alemã em Berlim.
O Marechal de Campo Wilhelm Keitel assinando o novo instrumento de rendição incondicional da Alemanha em Berlim.
O Marechal de Campo Wilhelm Keitel assinando o novo instrumento de rendição incondicional da Alemanha em Berlim.